Trabalhar com pessoas é uma tarefa no mínimo, prazerosa e estressante, nem todas são "flores"... tem as "pedras" também. Estou em plena atividade no trabalho do IBGE como recenseadora e vou aproveitar esse espaço para falar de coisas hilárias e algumas irritantes do trabalho. É claro que para manter o sigilo os nomes serão trocados e os endereços não serão mencionados.
Após diversas tentativas de encontrar um determinado morador, situação comum nesse trabalho, fui informada pelo vizinho que o melhor horário para encontrá-lo seria na parte da manhã. Apesar do frio daquela manhã de sexta feira, foi o que fiz na minha primeira hora de trabalho. Toquei a campainha meio sem graça por achar que estava muito cedo, e uma figura digamos um tanto que bizarra chegou na janela da casa. Era uma casa de fundos, aliás, bem lá nos fundos. Pedi desculpas pelo horário, disse que já havia ido lá outras vezes sem encontrá-lo, o mesmo pediu que esperasse que já viria me atender. Após alguns minutos ele veio, quando chegou no corredor que dava acesso ao portão, senti um arrepio e medo. O homem trajava uma roupa que um dia havia sido branca, tinha um colar do tipo religioso vermelho e preto até a cintura e uma espada na mão e o andar de quem estava se preparando para um ritual. Alguns moradores, acho que pelo clima de violência, o que é bastante compreensível, fazem o atendimento pelo lado de dentro do portão, mas ele não, fez questão de abrir, e que eu entrasse. Era tudo que não queria, entrar. Dada a insistência e para não ser deselegante entrei, dei uma desculpa de que seria melhor ficar próximo ao portão para que eu pudesse ver os vizinhos que já estavam saindo para o trabalho, ele concordou. Abri o PDA (computador de mão), rezando para que fosse o questionário básico. Graças a Deus meu pedido foi atendido. Começamos a entrevista, a qual ele respondia e levantava a espada, não sabia se me concentrava no questionário ou na espada. Apesar do frio que fazia naquela manhã...eu suava, o PDA não aceitava a marcação, ele para responder hesitava...olhava-me e manejava a espada. Teve uma hora que fixei-me tanto na espada, que ele notou e alegou que estava treinando quando cheguei, só não me disse porque não deixou a espada em casa para me atender. Cabei a entrevista e embora a curiosa não perguntei o por quê ou que ele estava treinando?
Cara Recenseadora,
ResponderExcluirRealmente essa vida de recenseadora não é facíl. Tem as pedras... e que pedras! Outro dia fui recebida por um morador enrolado em uma toalha. Outra, entrei em um apartamento com apenas dois homens esquisitos. Quase fui mordida por cães também...ah.., Sem falar das pessoas que se negam no meio da entrevista a prestar informações. É interessante também que os policiais dão trabalho para dizerem o quanto ganham...
Mas tb existem as partes boas, como por exemplo, um caso que uma mulher que estava lutando contra um cancer e me informou da existencia de um programa que dá uma bolsa para o paciente e o acompanhante irem ao hopital do cancer de barretos, com direito a passagem custeada por essa ação. Isso ajudou um amigo do meu marido a levar a mãe a barretos para tentar salva-la. Tem coisas que só Jesus faz, e ele usa até o ibge!
É Vanessa, graças a Deus encontramos "flores" também, lidar com pessoas e a suas diversidades é sempre um aprendizado. Volte sempre. Adorei o comentário
ResponderExcluirMuito legal seu post.
ResponderExcluirO texto ficou divertido e agradável de ler, embora a situação tenha sido complicada.
Ah, eu também fiquei curiosa em saber o que ele estava treinando. rs
Bjos